Os intervalos musicais são as distâncias entre duas notas. Em uma escala diatônica, como a escala geral vista em uma postagem anterior, temos a distância de semitom como a menor entre uma nota e outra tanto para cima (do grave para o agudo) como para baixo (do agudo para o mais grave). Por incrível que possa parecer para aqueles que já tem uma noção de música, muita gente não faz ideia do que se trata quando o assunto é intervalo musical. Entretanto, fica muito difícil compreender a linguagem utilizada pelos músicos sem dominar determinados itens do vocabulário. Os intervalos musicais são parte deste grupo deste grupo essencial.
Levando em consideração que Johann Sebastian Bach fez os ajustes necessários para que sustenidos e bemóis fossem enarmonias (notas iguais com nomes diferentes, por exemplo dó sustenido e ré bemol), temos a sequência de 12 notas a seguir utilizando o sinal # para os sustenidos e b para bemóis: dó – dó# ou réb – ré – ré# ou mib – mi – fá – fá# ou solb – sol – sol# ou láb – lá – lá# ou sib – si e dó. Este ciclo é chamado de oitava e estes intervalos são considerados simples, pois estão dentro de uma oitava, com exceção do segundo dó, que está a uma oitava do dó anterior. Mas voltando ao assunto principal, como na música tudo é relativo, os intervalos também serão. Em síntese, ao tomar uma nota por referência, mediremos a distância de outra nota em relação a primeira independentemente de que nota for qualquer uma delas. O importante é saber a relação de distância entre elas.
De dó para réb temos a distância de meio tom (semitom) que representa uma segunda menor. Mas perceba que, mesmo dó# e réb sendo enarmonias, apenas réb é considerada uma segunda menor em relação ao dó. Como regra, uma segunda em relação a dó precisa ser um ré, mas se estiver na ascendente (do grave em direção ao agudo) porque na descendente (do mais agudo para o grave) a segunda de dó é si. Outro detalhe, si é considerada a sétima de dó e utilizamos a distinção de segunda na descendente como distância prática, mas como o tema é sobre intervalos musicais, consideramos a relação correta apenas na ascendente, ou seja, si, mesmo no movimento descendente, é a sétima de dó, mas invertida. Veremos isso com mais detalhes após explicar as demais distâncias.
Dó – réb = segunda menor (meio tom);
Dó – ré = segunda maior (um tom);
Dó – mib = terça menor (em tom e meio);
Dó – mi = terça maior (dois tons);
Dó – fá = quarta justa (dois tons e meio);
Dó – fá# = quarta aumentada ou solb = quinta diminuta (três tons);
Dó – sol = quinta justa (três tons e meio);
Dó – láb = sexta menor (quatro tons);
Dó – lá = sexta maior (quatro tons e meio);
Dó – sib = sétima menor (cinco tons);
Dó – si = sétima maior (cinco tons e meio);
Dó – dó = oitava justa (seis tons);
Tendo o dó como referência para todas as notas, percebemos que algumas notas não aparecem, mi# e si#, assim como fáb e dób, que na prática não existem, só em alguns arranjos teóricos. Entretanto, dó# é substituído por réb, ré# por mib, Solb por fá#, sol# por láb e lá# por sib, por essas notas atenderem a certos critérios particulares que veremos mais adiante.
Então, de dó a dó vimos que temos intervalos dentro de uma oitava. Este conjunto é chamado de intervalos simples exatamente por se encontrarem dentro de uma mesma oitava. Porém, temos os intervalos compostos, ou seja, que vão além de uma oitava. Eles são obtidos ao se somar o número 7 a um dos intervalos simples. Por exemplo: segunda maior + 7 (2 semitons + 7) = 9. Na soma de uma segunda maior de dó (ré) com o número 7 temos uma nona maior e assim sucessivamente. Entretanto, nessa relação teremos as inversões de intervalos:
Segunda menor = sétima maior (réb = si);
Segunda maior = sétima menor (ré = sib);
Terça menor = sexta maior (mib = lá);
Terça maior = sexta menor (mi = láb);
Quarta justa = quinta justa (fá = sol);
Quarta aumentada = Quinta diminuta (fá# = solb);
Quinta justa = quarta justa (sol = fá);
Sexta menor = terça maior (láb = mi);
Sexta maior = terça menor (lá = mib);
Sétima menor = segunda maior (sib = ré);
Sétima maior = segunda menor (si = réb);
Essas são as inversões de intervalos muito comuns na abordagem teórica. Como adendo, é importante ressaltar que existem os intervalos compostos de nona menor e maior, décima primeira justa e décima terceira menor e maior. As décimas se mantêm como terças mesmo uma oitava acima, assim como as décimas segundas se mantém como quintas e as décimas quartas se mantêm como sétimas, pois são notas chave do acorde e pertencem a outro tipo de inversão.
Embora pareça um assunto confuso e até desnecessário, a relação de intervalos são fundamentais para a compreensão das escalas, acordes e campos harmônicos na música, pois nessas abordagens, as notas perdem seu valor nominal (dó, ré, mi etc.) para serem consideradas parte de uma tonalidade ocupando funções melódicas e harmônicas relativas aos intervalos que ocupam. Mas isso é um tema para ser abordado no futuro.
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