Quando escrevia meu novo livro, o tema originalidade VS autenticidade surgiu de forma inesperada. Isso se deu quando narrava minha busca por um estilo definido, por uma identidade musical para a Heavinna. Foi então que essas duas características ficaram à mercê de minha análise, que mesmo parecendo sinônimos, trazem consigo diferenças muito grandes quando analisamos mais a fundo. Foi só com uma reflexão mais ampla que percebi o grande equívoco que por vezes cometi por não me atentar às nuances semânticas das palavras originalidade e autenticidade. É como se eu estive em busca de encontrar o caminho que conduz ao destino A me guiando pelas placas que indicam o trajeto para B considerando, de forma errônea, que os dois são iguais. É evidente que a limitação linguística foi o “calcanhar de Aquiles” no processo de compreensão dessas duas expressões, pois os pensamentos são guiados pelo que compreendemos do idioma, e as ações derivam de tais interpretações. Se você pedir a uma criança que ela busque um alicate e ela achar que se trata de um martelo, mesmo que esteja cercada por centenas de ferramentas iguais a solicitada, ela não conseguirá atender ao que foi pedido.
Mas o que isso tem a ver com música?
Absolutamente tudo, quando a ideia se refere à composição.
Se o artista busca ter um trabalho autoral e tem como norte a originalidade, ele jamais atingirá seu objetivo. Como a música existe desde o princípio dos registros humanos, é impossível para qualquer tipo de tecnologia mapear tudo o que já foi escrito e criar algo original, que não tenha sido feito anteriormente. Se não é possível conceber a totalidade das obras compostas, como ter em mente conceber algo completamente inédito? Diante do absurdo de tentar fazer o impossível, em um momento de lucidez e sorte, eu pude distinguir o que realmente buscava e acertar a semântica. A busca não deve ser pela concepção de um trabalho original. Mesmo que a forma mais primária e infantil de fazer arte seja a imitação, não se foge do plágio ou da mera cópia sendo original, e sim sendo autêntico.
Mas qual é a diferença entre autenticidade e originalidade?
A resposta é simples: você é um ser autêntico, pois possui um conjunto de características que o diferencia dos demais, mas não é o primeiro ser humano, ou o primeiro homem, ou mulher. O burro busca a originalidade utilizando ferramentas, técnicas e fórmulas já amplamente utilizadas e que aprendeu ao imitar os artistas favoritos. O autêntico trabalha tudo aquilo que assimilou e tenta se expressar da forma que lhe é peculiar. Mesmo tendo a consciência de que minhas preferências musicais ficariam evidentes em minhas composições, o fato de tentar escrever algo que abrangesse do hard rock ao black metal, no meu idioma, dentro das minhas habilidades e possibilidades técnicas me convenceu de que poderia fazer algo relevante artisticamente, não original, mas autêntico.
Reconheço que essa não é uma tarefa das mais fáceis e ainda não cheguei nem perto de atingir meus objetivos, mas agora eu consigo ao menos caminhar na direção certa. O projeto Khramus foi muito importante neste processo, pois ali eu pude expressar de maneira informal um tipo de arte que me agrada, mas acaba engessando a minha expressão em um estilo limitado. Em termos de composição, não há muito o que mexer em estruturas harmônicas ou nos arranjos. Os riffs não soariam tão diferentes mesmo que chegasse ao meu limite, afinal, quem cresceu ouvindo Metallica, Iron Maiden e entrou no underground tocando death e black metal não deve buscar soar limpo e complexo demais, muito menos abrir mão de embolar acordes distorcidos quase que ininteligíveis. As letras foram escritas em português desde 2017, quando Guerra e Mãos Nuas foram lançadas no single Preto & Branco. Já em 2020, ao invés de falar de temas genéricos e impessoais, passei a adaptar a parte lírica das músicas para expressar da melhor forma possível a minha história.
Por mais que eu busque alternativas em termos de timbres e arranjos, certamente isso pouco influenciará no resultado artístico da Heavinna, já que sempre manterei certo direcionamento. O que tem me tirado o sono é ter que escolher os vocais e a inserção de orquestrações e outros aparatos. Se há certa peculiaridade nos meus timbres de voz limpos, é certeza de que os vocais soam simplórios e desinteressantes. Por outro lado, cantando como fiz na versão demo de Batismo ou mesmo nas composições da Khramus, embora soe genérica, a parte vocálica adquire uma qualidade aceitável. Na verdade, não há nenhuma dúvida em qual forma minha voz soa melhor, o que não quero é achar que estou tocando algo pesado e agressivo e depois perceber que o que as pessoas ouvem é apenas um pop rock com distorção. Neste aspecto, é melhor soar engessado em um death/black metal do que soar da maneira que citei antes.
Embora tenha me afastado um pouco do tema central, foi exatamente no processo de ajuste dessas partes nas músicas que surgiu o questionamento sobre a busca por ser original ou autêntico. A primeira opção é mais comum de ser buscada, mas impossível. A segunda passa longe de ser fácil, mas é um empreendimento mais digno artisticamente falando. Com essa ideia em mente, ao ler matérias de revistas e assistir a vídeos contendo depoimentos de músicos, percebi que aqueles que mais falavam em originalidade são os mesmos que já admitiram desconhecer teoria musical e até relativizar sua importância. Mesmo que pareça uma provocação, e ressaltando que a amostragem é pequena, será que isso é mera coincidência? A fato é que a busca pela autenticidade artística é possível e digna, pela originalidade é loucura ou burrice. Qualquer discordância sobre essa questão não passa de perda de tempo e conversa fiada.
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Sobre o autor
Kako Ramos é músico, compositor, produtor musical e professor. Tocou nas bandas Dog is Dead, Striknina, Desaster, Desecrate, Evocation, Dallas, Spellbound, In Pace, Shekinnah, Waiftown, Xaparraw, Khramus e Heavinna. Escreveu para heavinna.blogspot.com, TopBuzz, e Canal Seratonina. Ministra aulas particulares de teoria musical, guitarra, contrabaixo elétrico e produção musical.
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