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Foto do escritorKako Ramos

Terceira via

Atualizado: 21 de set.

Terceira via

Eis que nos deparamos com uma encruzilhada. Temos o caminho da esquerda e o da direita para seguirmos em nossa jornada. Muitos apenas escolhem aleatoriamente e seguem sem muita preocupação. Outros ficam conjecturando, planejando e medindo as opções demoradamente. A escolha sempre requer uma boa dose de envolvimento e responsabilidade. É a partir de nossas escolhas que chegamos aos lugares em que estamos, sejam eles bons, ruins ou apenas medianos. Não há como prever quantas vezes estaremos nos confrontando com algum tipo de encruzilhada durante nossas vidas. Às vezes isso não é ruim, muito pelo contrário, se seguíssemos apenas em linha reta, veríamos o que há a nossa frente de longe, o que minimizaria a probabilidade de surpresas. Muitos as repudiam, mas são as surpresas que fazem com que precisemos manter a atenção o tempo todo e estar sempre preparados.

Estamos nós em frente ao local onde o caminho se divide e temos uma decisão a tomar. Se tomarmos por base ilustrativa os relacionamentos amorosos, poderemos ter a nossa frente uma pessoa que nos ama e aquela pessoa pela qual estamos apaixonados sendo dois personagens diferentes, às vezes, a mesma pessoa. A primeira está lá por nós e sempre vai parecer a melhor opção quando estamos em uma situação desfavorável. Não há justificativas para não escolher esta opção, afinal, ser amado é um privilégio e necessário para qualquer pessoa. Entretanto, não há uma receita para criar amor em nosso íntimo sem estímulo externo. O que passamos a viver é apenas receber manifestações amorosas, mas isso não produz amor. Isso não produz felicidade. Pelo contrário, gera sofrimento. O que, em um primeiro momento parece ser paz, com o tempo se percebe que não passa de um grande vazio. A ausência deste sentimento passa a ecoar ruídos de tristeza. A pessoa que nos ama também não consegue ser feliz vendo que seus esforços não produzem felicidade. Depois de um tempo, ambos se veem cultivando um jardim sem flores, apenas com belos vasos e adereços.

As paixões, em sua maioria, são mais fantasia do que realidade. Joga-se sobre a pessoa amada toda expectativa que criamos a respeito de um ser que não existe. A paixão nos cega e atrapalha nosso raciocínio. Passamos a amar o que achamos que vemos e não a pessoa que realmente está a nossa frente. Coisas como ansiedade, expectativas, fantasias e desejos se transformam em um todo sedutor e irresistível, mas que com o tempo começa a perder a cor e a figura que sobra estampada na tela não é nem de longe aquele ser pelo qual havíamos nos apaixonado.

Claro que isso não é regra ou lei, é apenas fruto de observação e experiência. O exemplo usado é mais notório por deixar marcas profundas, mas não é única e tão somente sobre relacionamentos que trata este texto. Os exemplos não passam de figuras ilustrativas. A ideia é tratar das opções que se apresentam durante nossa caminhada pelo mundo dos vivos e tentar trazer à luz da razão uma forma mais racional de lidarmos com as questões do nosso dia a dia. E o importante é saber que nem sempre esta estrada desemboca em uma bifurcação. Podemos seguir em frente ao invés de tomarmos o caminho da direita ou da esquerda. Não somos obrigados sequer a seguir andando, podemos relaxar e apreciar a paisagem. Por que não montar um acampamento e ficar por ali mais uma estação. E se ao invés disso tudo escolhêssemos seguir rumo ao horizonte, trocar o asfalto ou a estrada de pedra, por uma relaxante caminhada pelo meio do bosque, criar nossa própria trilha pelo meio da mata. Se voltarmos a nossa figura de linguagem anterior, podemos considerar uma terceira via, ao invés de escolher entre uma paixão e alguém que nos ama, mas não é correspondida, talvez bem perto haja uma pessoa que não se encaixa em nenhuma das duas qualificações anteriores, sendo aquele ser que apenas faz a gente se sentir bem. Uma companhia diferente das outras, uma paixão silenciosa, um amor discreto que pode durar para sempre porque nos traz paz e segurança. Uma semente que precisa ser cultivada para depois dar frutos em uma bela árvore. Isso pode funcionar porque amar é um verbo.

A terceira via sempre deve ser especulada, pois ela representa o óbvio, aquilo que está próximo, mas às vezes tentamos ajustar o foco para enxergar o que está longe quando o que precisamos ver está bem perto de nós. Ouso citar que os grandes gênios, os inovadores e os grandes mestres basearam seus conhecimentos desenvolvendo teorias e estudos imaginando e projetando essa terceira via do pensamento. Talvez eu esteja apenas propondo uma forma diferente de pensar a cada situação, o equilíbrio saudável entre duas formas de agir, pensar e viver.


*Terceira via foi postada originalmente no dia 14 de outubro de 2011 no site heavinna.blogspot.com e é o terceiro texto publicado por Kako Ramos para a internet. Assista a versão com áudio no Youtube:



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