No clássico do cinema de 1973 “O Exorcista”, o padre Damien Karras questiona a entidade que possuía o corpo de Regan MacNeil sobre usar seu poder para se livrar das amarras que a prendiam. Teve como resposta que este seria um “uso vulgar do poder”. Pois parte desta frase serviria de inspiração para o título do sexto álbum de estúdio dos texanos do Pantera, (Vulgar Display of Power).
Lançado em 25 de fevereiro de 1992, a obra traria ao público uma mudança significativa em relação ao seu antecessor, Cowboys From Hell, que já havia transformado diversos aspectos da banda como timbres de vocais e sonoridade mais heavy metal do que o “glam” que praticavam em seus quatro álbuns lançados de forma independente. Terry Date, ao lado de Vinnie Paul como produtor do trabalho, conseguiu extrair da banda elementos que estavam aflorando desde a entrada de Phil Anselmo, mas que ainda não tinham se revelado plenamente em Cowboys From Hell. Os vocais perderam os falsetes e foram substituídos por berros mais agressivos. A imagem da banda mudou radicalmente, assumindo de vez a postura metal dos anos 1990, mais próxima do hardcore do que o uso das roupas de couro.
Meu primeiro contato com este clássico foi através de um conhecido que tinha o álbum, mas que estava com algumas faixas do lado A arranhadas, portanto, junto a uma coletânea do Red Hot Chilli Peppers, eu gravei o lado B completo em uma fita K7. Entretanto, na primeira oportunidade que tive, com o salário que recebia trabalhando em uma fábrica de skates e patins, eu comprei tanto o Vulgar Display of Power quanto o seu antecessor, Cowboys From Hell.
Com os LPs em mãos, duas ou três vezes ao dia, eu ouvia ambos na pequena vitrola de meus avós acompanhando as letras nos encartes e cantando junto. Em poucos dias, já havia traduzido todo o conteúdo de forma rudimentar e sabia mais ou menos o que cada faixa queria dizer. Paralelamente, com meu violão Giannini emprestado de minha tia, eu tentava aprender os riffs e solos das músicas, o que era uma tarefa ingrata.
O álbum em si, embora tendo alcançado o topo das paradas devido a alta exposição dos clipes de Mouth For War, This Love e Walk pela MTV, não apresentava muito do que o Metallica, o Guns N’ Roses e as bandas de Seattle ofereciam ao mercado para terem sucesso, muito pelo contrário, tanto as letras como as composições eram de difícil assimilação para as emissoras de rádio e televisão, mas agradaram em cheio o público. Isso fez com que as vendagens estourassem, tanto do Vulgar... como do Cowboys.... Quando do lançamento do álbum seguinte, Far Beyond Driven, ele já estreou no topo das paradas, superando celebridades do pop como Michael Jackson e Madonna.
Regular People (Conceit) tem o riff de guitarra que eu considero mais incrível de todos os tempos. Fora as músicas mais populares já citadas, faixas como Hollow e By Demons Be Drive levam o heavy metal a outro nível de dinâmica rítmica, mesmo aparentemente utilizando fórmulas já consagradas, enquanto A New Level e Live In A Hole trazem conceitos estéticos mais modernos para a época.
Três décadas depois de seu lançamento e com os irmãos Abbott (guitarrista e baterista) já falecidos, o álbum continua com a mesma força e representatividade dentro do metal, para mim uma obra-prima tão poderosa ou até mais do que Ride The Lightning do Metallica, que comentei aqui. Na Amazon é possível encontrar uma caixa com os 5 álbuns mais relevantes do Pantera em CD, basta clicar aqui e aquirir esse box indispensável para qualquer fã de metal.
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