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Foto do escritorKako Ramos

Vaidade

Atualizado: 21 de set.

vaidade

A vaidade é a característica mais notória dos seres humanos. Até os atos mais simples são motivados pela vaidade. Mas ela é criticada e até marginalizada. É sempre incompreendida por aqueles que a atacam. Todos direcionam o pensamento a uma vaidade física, às vezes até uma vaidade voltada para o consumismo e ao exibicionismo. Onde existem demonstrações desnecessárias de beleza e ostentações exageradas de riqueza. Entretanto, a vaidade é a razão de ser de uma pessoa. O quão deve ser desinteressante um indivíduo sem vaidade. Jogado ao acaso, sem nada a oferecer aos outros ou a si mesmo.

Quem não aprecia a vaidade não pode ostentar cultura, não pode compreender a arte e nem a ciência. Afinal, desde um cozinheiro que prepara deliciosos e elaborados pratos, passando por um músico que compõe suas melodias e as executa com perfeição em seu instrumento e até as mãos hábeis de um grande cirurgião, tudo está sendo motivado pela vaidade. Seja ela intelectual, seja ela profissional e até física, a vaidade sempre moverá o ser humano para suas grandes conquistas e, principalmente, seus grandes fracassos. Anteriormente, havia escrito sobre o conceito de arte. Acho que este texto complementa aquele, pois a grande motivação do artista é a vaidade, a possibilidade de se impor perante uma realidade tácita e, por vezes, cruel. Nada é mais recompensador que ter o talento reconhecido. 

Mas como outras características dos seres humanos, a vaidade é vizinha de algo perigoso. Como todo o excesso é um pecado mortal para tudo na vida, o excesso de vaidade pode levar ao narcisismo, ou a coisas mais peçonhentas ainda. A inveja é uma dessas coisas. O que seria pior do que uma inveja motivada pela vaidade? Talvez nada. Nesse ponto a vaidade pode ser destrutiva. Ela deixa a pessoa totalmente exposta a outros sentimentos, muitos deles, letais. Talvez venha daí sua má fama.

A vaidade deve ser bem tratada, pois como motivadora de quase tudo, ela também é vizinha da autoestima. Mais do que isso, a vaidade a alimenta. Ambas estão interligadas e são manifestações do ego. O ego produz a vaidade para sobreviver e a autoestima é o sintoma deste fenômeno. Onde há inveja, não há autoestima, esta é a encruzilhada que a vaidade pode levar, o resultado prático de uma destrói todas as possibilidades da outra produzir bons frutos.

Algumas religiões tentam fazer com que o ego seja totalmente reprimido. Consideram-no como uma erva daninha, e a mesma tem que ser arrancada e apartada para que o ser humano seja feliz. Como uma ideia pode ser tão equivocada e absurda? O ego é a essência intangível do ser humano. Ele reúne todas as características natas do indivíduo, assim como suas aptidões, paixões e sentimentos. Para que o ser humano não seja considerado algo vazio como uma casa sem mobília, os religiosos tentam renomear o ego, chamam-no de alma. Se todos os fiéis estivessem com a autoestima em dia e a vaidade bem tratada não precisariam da religião para se encontrarem. Por essa razão, as igrejas e outras entidades religiosas tentam de todas as formas convencer a pessoa de que sozinha ela não é capaz de nada, pois se fossem, não precisariam delas.

A grande falha da religião, e ao mesmo tempo sua principal razão de ser, é a mensagem da imortalidade da alma, algo criado por elas para substituir o ego, entretanto todo este conceito é paradoxalmente depressivo e melancólico. O cristianismo, socialmente difundido pelo mundo, parece ter o objetivo de diminuir o ser humano a um mero fantoche, onde viver é seguir uma cartilha de privações e submissão. Um cristão não pode querer se destacar dos demais. Um cristão não pode sentir prazer em coisas simples como o sexo ou até mesmo uma reunião entre amigos onde haja consumo de bebidas alcoólicas e prazeres gastronômicos.

A religião tenta padronizar o ser humano sem respeitar suas características individuais. Tenta tirar dele suas ambições e seus prazeres. A resposta para isto é simples e óbvia, quanto mais o indivíduo acredite necessitar de algo externo para se manter feliz, mais apático e sugestionável ele será, essa é a garantia da perpetuação da religião. Por mais absurdo que possa parecer, a maioria das pessoas prefere ser uma cobaia de laboratório, permitindo que tirem tudo que há dentro dela e a encham com ideias de redenção, culpa e insignificância, onde tudo dê certo é motivado por Deus e tudo que está errado é culpa do diabo.

O mundo sem a vaidade dos artistas não seria belo, sem a vaidade das mulheres também não. Uma pessoa sem vaidade não pode ser bela, culta ou fazer algo relevante. Uma pessoa sem vaidade não pode ser interessante. Não se pode viver pela vaidade, mas não se pode ser nada sem ela. Um ser humano vaidoso, equilibrado e proativo pode fazer grandes coisas. Quem renuncia a si mesmo pela ideia dos outros não produz quase nada e o pouco que constrói não lhe pertence e não lhe proporciona prazer algum.


*Este texto foi originalmente publicado em 10 de agosto de 2011 no blog heavinna.blogspot.com e permanece com a mesma ideia inicial, mas passou por algumas correções de gramática e concordância que não alteram o significado original. Assista a versão em áudio no Youtube:



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